
Introdução
A Festa do Divino Espírito Santo é um vibrante encontro de fé, tradição e cultura popular. Com raízes que remontam ao período medieval europeu, esta celebração ganhou força no Brasil a partir do século XVI, ganhando traços locais únicos — como a dança das fitas, as promessas escritas e a figura dos imperadores. Neste artigo, vamos conduzir você por um passeio envolvente por essa festa que une religiosidade, história e movimento comunitário.
Origens históricas e influência açoriana
Do Velho Mundo ao Brasil
A origem da Festa do Divino Espírito Santo está ligada à promessa de paz feita pela rainha Santa Isabel de Portugal, no século XIV. Essa tradição se espalhou pelos Açores e foi trazida ao Brasil pelos colonizadores, especialmente na Bahia, em Santa Catarina e no Sudeste .
Mistura de influências
No Brasil, a festa incorporou elementos africanos e das comunidades tropeiras. Surgiu o “afogado”, a dança das fitas, e outros símbolos que se tornaram fundamentais .

Principais símbolos e rituais
A pomba e as fitas
- Pomba: representa o Divino Espírito Santo; aparece no topo do mastro e da bandeira.
- Bandeira do Divino: tecido vermelho-vivo, com pomba branca bordada, haste com pomba em prata ou latão.
- Fitas: atadas com promessas, são parte essencial dos ritos comunitários.
Mastros e bandeiras
O mastro é erguido 50 dias após a Páscoa, decorado com fitas e pomba, anunciando o ciclo da festa.
Imperador e corte
Um imperador (e uma imperatriz) são escolhidos simbolicamente para conduzir as celebrações — muitas vezes crianças ou jovens — simbolizando a realeza que une a comunidade.
O ciclo completo da festa
Etapas principais
- Peditório: visita casa a casa com cantoria, bandeiras e pedidos de doações.
- Novena e cantorias: rezas e música ao longo de vários dias.
- Coronelização: coroação do imperador e imperatriz, cerimônia no ‘império’.
- Procissão e alvoradas: cortejos pelas ruas, despertando a fé da comunidade.
- Grande dia/Domingo de Pentecostes: culminância da festa, com missa, procissão, fogos e bênçãos.
Onde é celebrada
Principais cidades
Cidade | Destaques |
---|---|
Mogi das Cruzes (SP) | Uma das mais antigas do país (desde o século XVII). Destaca a Entrada dos Palmitos e o afogado. |
Paraty (RJ) | Patrimônio imaterial, com folia, mastro, bonecos folclóricos e gincanas . |
Pirenópolis (GO) | Mistura de divino com Cavalhadas, encenação dos cristãos contra mouros . |
Santa Catarina/Maranhão | A tradição açoriana é forte, com cortejos, imperador, caixeiras e ritos prolongados . |
Checklist para organizar ou participar
- Levantar o mastro com bandeiras e pomba cerca de 50 dias após a Páscoa;
- Eleger o imperador(a) e sua corte;
- Organizar peditório com roteiro de visitas;
- Preparar novena e eventos musicais;
- Providenciar as procissões, fogos e queima de fitas;
- Declarar comícios com alvoradas;
- Realizar a missa solene e coroação;
- Promover a quermesse e distribuição de comidas típicas (“afogado”, bolos);
- Encerrar com despedida da bandeira e desmontagem do império.
Conclusão
A Festa do Divino é muito mais do que uma manifestação religiosa — é um poderoso elo entre passado e presente, unindo fé, cultura e comunidade. Se você tem interesse em conhecer ou organizar essa celebração, este é o momento de se envolver. Visite uma das cidades, participe das novenas, leve suas promessas e descubra a força de uma tradição viva e colaborativa.
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Belisa Everen é a autora e idealizadora do blog Encanta Leitura, onde compartilha sua paixão por explorar e revelar as riquezas culturais do Brasil e do mundo. Com um olhar curioso e sensível, ela se dedica a publicar artigos sobre cultura, costumes e tradições, gastronomia e produtos típicos que carregam histórias e identidades únicas. Sua escrita combina informação, sensibilidade e um toque pessoal, transportando o leitor para diferentes lugares e experiências, como se cada texto fosse uma viagem cultural repleta de aromas, sabores e descobertas.